O espaço ideal para um papo descomprometido, polêmico ou irreverente

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O ego e a disputa da Exclusividade do Nada

Triste realidade: a imprensa mogimiriana passa a brigar por razões ridículas de puro interesse relacionado à vaidade, ego e arrogância. A exclusividade se tornou razão de debate, transferindo a importância fundamental de informar o leitor a um segundo plano, abaixo de quem seria o pai da criança. Nesse circo, difícil apontar quem se salva, enquanto há até quem tenha sido atirado ao picadeiro sem ser culpado.
A exclusividade da notícia relacionada à parceria do Mogi Mirim Esporte Clube jamais deveria ser ostentada, especialmente quando se tenta atribuir a mudança de um foco à manifestação de um órgão de imprensa. Um jornal não deveria servir para mudar o destino de um clube, mas apenas para informar. No caso de involuntariamente influenciar, o fato não deveria servir como mérito, afinal, indiretamente, o órgão de imprensa acabou atendendo aos interesses de um grupo, o que é condenável. Bom ou mau para o time, cabe aos comentaristas analisarem ou insinuarem, jamais aos repórteres. Mas, não é EXCLUSIVIDADE da imprensa mogimiriana. A vaidade impera em âmbito nacional.
Mas da forma como foi colocada, parecia que se tratava de uma entrevista exclusiva com um ser inacessível de outro planeta, em que um veículo se vangloriava a valorizar o ego de um (s) em detrimento de outro colega de profissão. Não falaremos em ética, pois este valor é frágil e ridículo e há tempos foi despejado no lixo.
Em relação à apropriação indébita da exclusividade, este simples fator pode ser interpretado de formas variadas, que renderia amplas discussões e jamais definições imediatas e interesseiras ou motivadas por interesses escusos. Simplesmente, por este motivo, deixo a questão para outro momento. Se o conflito é ético, fica evidenciado que, de fato, a exclusividade deveria ser apresentada com méritos e não de forma vazia, como foi feita, no que garante certa razão aos reclamantes, mas também aos reclamados.
Mas o principal e que deveria alarmar a imprensa é a mudança de foco. O principal deixou de ser discutir o fato, mas sim o autor da pseudo-façanha. Preocupação digna de um momento pobre da mídia brasileira, em que a "Exclusividade do Nada" virou sinônimo de qualidade. E de prestígio.... Paciência, leitor!

22 comentários:

Anônimo disse...

Diego, um dos princípios do jornalismo é a exclusividade, o furo de reportagem. Sem isso, é como viver ser ar. O que a Camila fez foi, sim, uma puta reportagem e...Exclusiva. Ao contrário dop que você escreveu em seu blog, não foi uma pseudofaçanha na Camila. Foi um "puta" de um furo em vocês (Comarca, Popular, Regional, Correio Popular, Folha de S.Paulo, e o caralhop que seja). Se você acha que a ética foi jogada no lixo, certamente foi pelas suas mãos. A Camila, além de ter ética de sobra (inclusive para lhe emprestar um pouquinho) Por último, Diego, quero te avisar que inveja mata. Apesar de você se anunciar como um cara de poucos princípios, espero que carater e dignidade ainda tenham sobrado em sua pobre lista. Que puta decepção, coleguinha. Só não te quebro a cara por que não bato em moleque...

André Paes Leme

Odil disse...

Dieguitos, meu chapa. Apesar de não ter procuração dele, peço que desconsidere os destemperos do Paes Leme. Mas neste post, acho que, sincera e profundamente, vc pisou na bola. E feio, tal como o Baré fazia no Timão de 94. Diego, não quero discutir quem é o pai da criança e seus desdobramentos - até pq depois vc poderá me acusar de corporativista. Mas fato é que, às vésperas de um fechamento de final de semana, a Camila conseguiu um furaço que só ela, e mais ninguém no Brasil, conseguiu. Logo, palmas para a moça. Eu, por seis longos meses em 2002, tentei entrevistar o Rivaldo e ele nem tchuns. E sim, a matéria dela mudou toda a negociação, pois os Barros estavam prestes a entregar o Mogi nas mãos de aventureiros da pior espécie. Sinceramente, vc acha certo o Marcelo copiar a matéria dela? E o FI alegar para si os louros da "escRusividade"? Não menospreze ou desvalorize a ética, meu amigo, caso vc mantenha a sua opinião de longa data a meu respeito. É ela que nos difere dos animais, mesmo que a gente se foda por isso. Se vc estivesse no lugar da Camila, a minha reação seria idêntica. Pense, reflita. No domingo a gente conversa e enche a cara depois das eleições. Abs, Odil.

Anônimo disse...

Olha Diego, esqueça o que o Odil disse, por que ele, realmente, não é meu procurador. Por outro lado, não desconsidere o meu destempero. Reafirmo tudo o que disse. Você foi um moleque, aético e invejoso. A Camila deu um puta furo em vocês. Engula essa.

André

Diego Ortiz disse...

Caro André, admiro sua competência e inteligência, mas esperava que fosse melhor utilizada, embora toda manifestação seja positiva. Concordo que o furo de reportagem é algo positivo, distante porém de ser um princípio do jornalismo ou algo a ser ostentado. Serve, porém, para manter e preservar leitores, mas não para ser razão de enobrecimento de ego de jornalistas. Quem deve julgar são os leitores e creio ser o melhor reconhecimento o resultado nas bancas.
Quanto à Camila considero a melhor jornalista esportiva dos últimos tempos e tenho um respeito expressivo. Tanto que não a vi entrando em uma discussão ridícula como a que foi principiada. A pseudo-façanha surge por falso-mérito de quem a reverencia.
Quanto à ética, pode considerar que eu a joguei no lixo, pois é um dos princípios que ignoro por considerá-lo instrumento inútil e oportunista. Por este motivo, dispenso a ética da competente Camila. Prefiro que ela tente te favorecer com o que for possível, se é que isso será suficiente para preenchê-lo.
Na minha lista, discuto o que é caráter e dignidade, dispenso os adjetivos prontos. Quanto a quebrar minha cara, creio que dispense comentários. Continuo te admirando, querido André.

Diego Ortiz disse...

Caro Odil, creio que não tenha me compreendido. Camila é a melhor jornalista esportiva da atualidade e a admiro demais, quem conversa comigo sabe. Ela foi bem com a entrevista. Questionei apenas o reverenciamento exagerado em cima de algo que deveria ser comentado em portas fechadas, afinal, assim como é obrigação para um goleiro fazer uma defesa, deveria ser para uma jornalista entrevistar o Rivaldo. E você como inteligente jornalista que é, deveria saber porque somente agora Rivaldo quis conceder uma entrevista. O interesse era de quem? Palmas para a Camila por ter sido a intermediária. Mas em 2002, você, que é o melhor jornalista da cidade, teria entrevistado a figura se fosse do interesse dele. Não era.
Quanto à questão da exclusividade, acho que você deveria conhecer como foi produzida a matéria do Gotti, antes de acusar que ele copiou a matéria. Não teria ele entrevistado uma fonte?
Imagine se eu fizesse como você e falasse que Camila não teve méritos de buscar uma entrevista, mas foi usada pelos interesses do Rivaldo, que a buscou de alguma forma para utilizar O Impacto como instrumento? Seria interessante?
Não sejamos irresponsáveis. Quanto ao Futebol Interior, questiono a seriedade desse site, que nunca tive confiança plena.
Quanto à ética e ao seu comentário, eu confesso que ainda prefiro os animais aos humanos. Sobre a cerveja, você sabe que és meu grande parceiro. Vamos beber, meu querido! Abraços

Anônimo disse...

Você se autodenomina como um “sujeito de poucos princípios”. E ainda diz que jogou a ética no lixo? Faça-me o favor, coleguinha.
Paulo Henrique Tenorio

Diego Ortiz disse...

André, sou realmente um moleque, aético e invejoso. Adoro a molecagem, que me faz vivo e feliz. Detesto a ética. E invejo a competência de nomes como Camila e André Paes Leme. Mas desprezo destemperos idiotas como esse seu. Repito: sua inteligência poderia ser melhor explorada. Ainda há tempo de ser moleque...

Diego Ortiz disse...

Caro Paulo Henrique Tenório. Creio ser você inteligente o suficiente para interpretar um texto. Vou repetir a frase: Não falaremos em ética, pois este valor é frágil e ridículo e há tempos foi despejado no lixo.
Chamei a ética de frágil e ridícula, detesto este valor, logo não discuti ele. O descarto no lixo, assim como fizeram vocês.
Apenas isso.
Abraços

Diego Ortiz

Anônimo disse...

Moleque,

Foi graças a destemperados e idiotas como eu e muitos outros que babacas como você hoje têm a liberdade de escrever merda em seus blogs.

Não se dê ao trabalho deesponder, mesmo porque, não quero a amisade ou a admiração falsa de quem joga a ética em uma lata de lixo....

André Paes leme

Diego Ortiz disse...

André,
Não é admiração falsa, adoro jornalistas boêmios e polêmicos como você, Odil e Abrucez. Quanto aos blogs, obrigado por abrir espaço para os moleques!

Diego

Odil disse...

Diego, estou na 10a lata, mas ainda dá pra trocar idéias, embora o teclado esteja mais lento. Não acredito que egos movam matérias, ao menos por esssas bandas. Muito menos o da Camila. Fato é que o Marcelo, se não copiou a matéria que só a Camila assinou no sábado, foi uma besta ao não citar quem foi (ou foram) os entrevistados dele na 2a. Até comentei no Impacto que a pecha de "Exclusivo" nem tenha sido dada pelo Marcelo, mas pela "ética" editoria do FI. Fato é que, Diego, o texto do Marcelo é cópía do da Camila, e isso sim, irrita e incomoda. Quanto aos resto, respeito a sua opnião, embora discoprde totalmente delas. Mas ainda acho que dá tempom de vc reavaliar conceitos. Abs, Odil

Anônimo disse...

Ok, "sujeito de poucos princípios", obrigado pela magnífica aula.
Paulo Henrique TenOrio

Diego Ortiz disse...

Odil, é por essa sua elegância e imparcialidade que eu te adoro. Seguinte: eu questiono a postura do Futebol Interior. Sobre o Gotti, acredito que as notícias muitas vezes são iguais, pois os fatos muitas vezes são os mesmos, mas prometo avaliar melhor o caso e apresentar nova posição futuramente. Sobre o ego, as matérias não são motivadas pelo mesmo, mas depois são reverenciadas por tal motivo. Questiono novamente: furo ou notícia interessante para o noticiado? Por que Odil não conseguia em 2002? Repito também: Camila é a melhor jornalista esportiva dos últimos tempos e quem convive comigo sabe que sempre falei isso. Te adoro, Odil e, se você quiser, conversaremos num bar onde poderei reavaliar meus conceitos, desde que confrontados com os seus.
Diego

Anônimo disse...

Caro Diego, li seu post e mesmo discordando da sua opinião, é necessário respeitá-la, já que se trata do que você pensa e essa liberdade, bem maior dos seres humanos – embora você diga que prefira os animais -, é preciso conservar. Em relação aos seus comentários sobre a exclusividade da reportagem – competente trabalho da Camila Caetano, por sinal – talvez esteja havendo um desvirtuamento, já que a discussão teve início porque outro veículo de comunicação se apropriou indevidamente de informações obtidas por O Impacto sem a permissão do jornal. Isso é fato. E ponto final. Não se trata de querer a paternidade de um feito. É questão de justiça. Caro colega, não confunda ser polêmico com insensatez.
O que me incomodou – e muito – foi vê-lo escrever “Quanto à ética, pode considerar que eu a joguei no lixo, pois é um dos princípios que ignoro por considerá-lo instrumento inútil e oportunista”. Diego, se você ignora a ética, o que sobra? Todos os nossos valores enquanto profissionais condicionam-se à seriedade com que trabalhamos. Isso é ética. Podemos ser os melhores jornalistas, os mais competentes, os mais dedicados, mas sem ética, perdemos o mérito. E a credibilidade. Entristece-me ver alguém tão jovem, ainda com um futuro profissional pela frente, e com valores tão equivocados. Tomara que você seja uma exceção dentro da nova geração de jornalistas. Porque se todos pensarem assim e tratarem com desprezo um dos pilares da nossa formação enquanto jornalistas, quem perderá serão os leitores. Toda vez que um de nós, jornalistas, se esquece da ética, falta-se com o respeito ao público que nos lê ou nos ouve. Pense a respeito, reflita.

Abraços,

Vanda Vedovatto

Diego Ortiz disse...

Olá Vanda,

Confesso que inicialmente me assusta o comentário de que alguém se apropriou indevidamente de informação do jornal sem devida permissão. Creio que a informação seja pública e não pertença a nenhum veículo, embora respeite sua opinião. Chega a parecer "furto" de informação, como se o publicado em determinado veículo não pudesse se aproximar de outro. Lembra a ingenuidade da EXCLUSIVIDADE da informação em um mundo globalizado, em assunto tão vil do ponto de vista geral.
Quanto à ética, realmente a ignoro, embora a siga involuntariamente por incoerência interessante, mas considero um valor desprezível e utopicamente negativo — há utopias valorosas. Ao nascer, o jornalista, invariavelmente, se vê anti-ético. É impossível servir a dois senhores. Se o jornalista tem uma notícia que pode prejudicar sua família, deve divulgar ou não? Se divulga, prejudica a família. Se não divulga, deixa de cumprir com o compromisso profissional. Considero este apenas um exemplo de como a ética nasceu morta. Existem princípios mais merecedores de valor como a seriedade e a busca pela pluralidade de fontes. A ética, eu jogo no lixo, pois não traz resultados práticos e é muito frágil enquanto valor — podemos discutir isso de forma mais aprofundada em outra oportunidade. Quanto aos meus leitores, eles podem esperar seriedade, empenho, busca pela pluralidade e desejo pela imparcialidade, além de outros poucos princípios, porque quantidade de valores não representa garantia de caráter.
De forma geral, Vanda, não creio no impossível e jogo no lixo a condenável ética. Quanto ao futuro de nossa profissão, desejo que superem todos nós.

Anônimo disse...

Não esquecer que a pouco mais de um ano, o Brasil inteiro procurava o cubano do handebol, e a exclusividade da primeira declaração do atleta coube a Paulo Tenório, numa reportagem histórica. Furos e exclusividade são para quem pode.
Uma pena que neste país, a competência, quando é tão evidente que não possa ser negada, passa a ser simplesmente a atribuída à sorte.Lamentável.
abraço,
Cauê

Anônimo disse...

Diego, você tem arma e munição corretas, mas está mirando no alvo errado.
abraço,
Cauê

Odil disse...

Diego, acho que meu último comentário - longo, por sinal - se perdeu na autenticação do Blogger. Vou tentar resumir em tópicos.

1) ética é fundamental na profissão. Se um parente meu comete um crime ou infringe regras que interessam ao público, é meu dever noticiá-la. O problema é de quem o cria, e não da imprensa. Se vc não entende isso como preceito básico de jornalismo, pede pra sair, como diria Cap. Nascimento em Tropa de Elite.

2) Sinto-me ofendido pessoalmente quando vc atribui a polêmica levantada pelo Paulo no blog dele à vaidade pessoal ou ego. Isso é uma puta cretinice. É tornar o personagem mais importante que o fato. Na boa, odeio elogios, rasgação de seda e coisas do tipo. Acho babaquice. Sou jornalista, não celebridade ou artista.

3) A Camila não entrou na polêmica porque está chateada e propensa a tirar satisfação pessoalmente com o Marcelo. Ela foi a primeira a ver que a matéria foi chupinhada pelo Marcelo e piorada pelo FI ao jactar-se pela "excRusividade". Se não fez de má-fé e correu atrás das fontes, o Marcelo foi muito burro e incompetente ao não deixar isso claro no texto publicado pelo FI.

4)Até as árvores do Jd. Velho sabem o óbvio: toda fonte é interessada. O que difere jornalistas de assessores de imprensa é justamente filtrar o que é interesse público e o que e interesse da fonte. Se o Rivaldo quis falar só ao Impacto e a ela, o problema é dele. Mas o mérito é dela e do jornal, e isso não pode ser roubado por quem tomou o furo. Pergunto: por acaso o Marcelo falou com o Rivaldo? Sabemos que não, então a discussão tá encerrada.

4) Exclusividade deve ser valorizada porque a competição no jornalismo serve para oferecer serviço de melhor qualidade a quem lê. Não trabalhamos em pool e nem estamos na União Soviética. E em tempos de internet, exclusividade é cada vez mais dura de se obter. O que só a valoriza ainda mais. Se vc não entende isso, vou ser franco: pense seriamente em mudar de profissão.

Espero que vc reveja seus conceitos, Diego, pq pensando assim vc cai na minha conta. Pessoal e profissionalmente.

Abraço,

Odil

Anônimo disse...

Tomo a liberdade de expressar minha opinião sobre o que se discute neste tópico do blog. Não pretendo defender bem criticar ninguém, até porque conheci Diego Ortiz "de vista", quando ele e Ricardo Piccolomini estiveram um dia na Câmara Municipal, meio que na pressa e uma parada relâmpago no cafezinho. Também não conheço o Marcelo, apenas falei com ele por telefone para que desse um toque ao Diego sobre possível problema com script no blog. Tocamos nesse assunto e ele deixou claro que "focou" sua matéria em aspectos diferentes do que já fora publicado até então. Acredito.
Acho que a discussão se exacerbou sem motivo. Ética é realmente algo discutível, especialmente em se tratando de imprensa. Não se pode confundí-la com corporativismo, que me parece ser o que está acontecendo aqui. Nem com vaidade, ídem.
O que ninguém parece reconhecer é que, se há mérito não no "furo", mas no que levou ao tal "furo", esse mérito é do Gebê, pois a questão da negociação do Mogi estava morna, esquecida, em compasso de espera. Foi ele quem reacendeu a polêmica revelando a negociação com o tal empresário. Só então, como "repercussão", é o que me parece, é que a Camila "levantou a lebre" a partir da entrevista com o Rivaldo.
Eu também tenho certa reserva quanto a exclusividade do que já se tornou público. Se fosse "xerox" da matéria original, vá lá. Além disso, muitos que invocam questão de ética acreditam que a satisfazem quando republicam matérias de outros veículos apenas com o cuidado de "citar a fonte". Mas, pediu autorização prévia? Ou a Internet não é uma festa desse tipo?

Anônimo disse...

Sobre os exemplos que Diego e Odil citaram quanto a noticiar algo negativo relacionado a parentes, defendo, e não é de hoje, que jornalistas tenham o mesmo direito reconhecido entre prerrogativas de promotores públicos e juízes, que é a de se declarar impedido ou incompetente para denunciar/julgar contra familiares, parentes, amigos ou inimigos. Se um jornalista deparar com esse dilema, que se declare impedido e deixe que outro colega faça a matéria. Ah, sim, desde que também não dê com a língua nos dentes para as partes interessadas ("Fica esperto, fulano, que o jornal em que trabalho está para publicar uma matéria contra você...). Isso é ético.

Diego Ortiz disse...

Tópicos

Seguindo o exemplo do nobre jornalista Odil, o melhor repórter da cidade (embora ele não goste de elogios, é meu direito expressar minha opinião), vou dividir em tópicos meus comentários para algumas considerações acerca dos
pontos aqui discutidos:

1 - Concordo que a exclusividade deve ser valorizada, o problema é a supervalorização. A exclusividade é louvável, mas deve ser celebrada de forma respeitosa e silenciosa, não promovendo verdadeiros Carnavais com ataques indiretos a profissionais que não têm culpa ou são mal interpretados. O problema surge quando a exclusividade infla a vaidade e o ego do jornalista, que, como Odil disse, não deveria ser celebridade para ficar sendo exaltado. A exclusividade deve ser percebida pelo leitor inteligente, que poderá decidir qual jornal comprar de acordo com a tendência em que a situação se coloca. Porém, levantar bandeiras e estourar champagnes por reportagem exclusiva com Rivaldo, creio, seja um pouco de exagero. Parabéns ao jornal O Impacto e à Camila (repito, melhor jornalista esportiva da atualidade) pelo furo. Ponto.

2 - Ética é um dos conceitos mais relativos existentes e meu pensamento a respeito sobre o fato, admito, ser bem diferente da maioria, não me preocupo. O mínimo que posso fazer é ser honesto comigo mesmo e não fazer demagogia barata. Eu entendo o jornalista como anti-ético por natureza, por isso mesmo jogo no lixo a ética. O jornalista que já trabalhou com assessoria de imprensa ou em alguma empresa, por exemplo, quando passa para um jornal traz consigo informações de uma época, até então privilegiadas e privadas. Ao deixar a empresa, deve ele divulgar as notícias? Creio que ao existir, o jornalista integra a sociedade e interage com ela, já sendo por isso um ser anti-ético. Quanto à questão familiar, o jornalista pode sim noticiar o fato envolvendo o parente, mas creio que estará sendo anti-ético com a família, não com a profissão. Agora, se Odil não aceita opiniões diferentes sobre ética e entende que quem pensa diferente deve pedir para sair, paciência.

3 - Me causa estranheza a necessidade e o desejo de um veículo em se ver citado em outro. Como já disse, levar a informação ao leitor deixou de ser a principal preocupação para dar lugar à ostentação da exclusividade, com fins, evidentemente, a demonstrar ser o melhor jornal para vender mais. Repito: perde o leitor.

4 - O Rivaldo realmente fala com quem quiser. Mas a informação noticiada é pública. Um jornal pode servir de fonte para um site. E a fonte não precisa ser citada. Assim como jornais utilizam frases de jogadores em entrevistas dadas à rádio, algo natural no meio jornalístico, sem ser citada a fonte. Qual o problema, como diria Paulo Henrique, cara pálida? Não digo em referência ao caso em questão, já, segundo o que sei, Gotti teria se balizado em uma fonte para dar a notícia.

5- Quanto a rever meus conceitos, lamento esta necessidade em ver um colega de profissão ter os mesmos pensamentos que você, Odil. Ainda prefiro o debate e a diversidade de opiniões. Quanto a cair na sua conta, Odil, o problema passa a ser seu. Eu sempre vou te considerar demais, pessoal e profissionalmente, você sabe disso.

Odil disse...

Diego, quem criou a polêmica sobre a exclusividade foi o próprio Marcelo e o Futebol Interior, e não O Impacto ou a Camila. Ou vc viu estamapada na primeira página do jornal um "EXCLUSIVO" em caixa alta, como ocorreu no FI? Daí a revolta de quem se sente roubado, concorda? Informação é pública sim, ninguém é dono dela, mas não acho certo omitir quem a publicou primeiro. Até para se resguardar. Afinal, se vc não apurou a informação, foi outro, então se o outro errou e vc não citá-lo, passa a ser co-proprietário do erro também.

Concordo com o Parizi que jornalistas, diante de um dilema ético, devem se declarar impedidos de fazer esta ou aquela matéria. É o caso que vc citou do assessor que sai da empresa e volta a ser jornalista.

Diego, se não lutarmos pela ética entre nós, com que moral poderemos cobrar transparência e correção de quem é fiscalizado pela imprensa?: Imagine se eu, cobrindo política, quisesse só publicar o que é de interesse das fontes? Seria o rei da carteirada, estaria até levando grana por fora, mas ninguém nem ousa propor um lance desse para mim. Se diferente fosse, vc teria a mesma opinião que tem hj sobre minha atuação profissional? Creio que não. Sao ossos do ofício, para usar um chavão mais velho que o tempo.

Diego, todo jornalista sério cita fonte da matéria quando a notícia ou declaração não foi obtida por ele, por mais que vc teime que não no seu tópico 4. Se foi coletiva, fala que foi coletiva. Se foi a outro veículo, identifica-o. Se foi só para ele, não precisa nem colocar nada. Mas também se quiser colocar exclusivo, não vejo problema, desde que tenha a certeza que a fonte só falou com ele e mais ninguém. É muito difícil fazer isso? Dói? Não, né.

Eu aceito opiniões diferentes das minhas sim, Diego, e vc e o Abrucez estão carecas de saber disso. Só que há pontos de vista que são inadimissíveis profissionalmente e tenho todo o direito de ficar contrariado com vc, e vice-versa. Repito: se tivesse ocorrido com vc ou qualquer outro jornalista de outro veículo, minha reação seria a mesma. Acredite vc ou não.

Abraço,

Odil